Existe na alma feminina a necessidade de ser elogiada. Elogios podem ser uma das muitas maneiras de se demonstrar amor. No Livro de Cantares que se encontra no Livro Sagrado, Salomão, considerado um dos homens mais sábios da antiguidade, escreve mostrando o amor de um homem por uma mulher e vice versa e como eles nutriam esse relacionamento.
Encontramos no capítulo quatro palavras de reafirmação do amado - ele a elogia e a descreve e vejam o que esse homem fala de sua esposa:
“Como você é linda, minha querida! Ah! Como é linda! Seus olhos, por trás do véu, são pombas. (e ele sai descrevendo cada parte do seu corpo: seu cabelo, seus olhos, seus dentes, os lábios)....Seus lábios são como um fio vermelho: sua boca é belíssima. Suas faces, por trás do véu, são como as metades de uma romã. v.9 – Você fez disparar o meu coração, minha irmã, minha noiva; fez disparar o meu coração com um simples olhar, com uma simples jóia do seus colares. Quão deliciosas são suas carícias, minha irmã,minha noiva! Suas carícias são mais agradáveis que o vinho, e a fragrância do seu perfume supera o de qualquer especiaria! Os seus lábios gotejam a doçura dos favos de mel, minha noiva; leite e mel estão debaixo da sua língua. A fragrância das suas vestes é como a fragrância do Líbano. Você é um jardim fechado, minha irmã, minha noiva; você é uma nascente fechada, uma fonte selada.”(4-12)
Esse homem encontra-se inspirado pela sua esposa. Suas palavras brilham com uma emoção genuína.
O amor de sua esposa roubou seu coração. Quão belo é seu amor!
Ele está intoxicado com ele mais do que com vinho. Quão doces são as palavras dela de afeição terna, como leite e mel! Ela é tão pura, tem algo nela de irmã com todo seu calor. Ela está tão perto dele, tão íntima, que é quase como se fosse parte dele mesmo, como sua própria irmã.
No verso 12 ele celebra o seu jardim fechado. A sua amada é para ele como um jardim com portões fechados contra qualquer um que queira traspassar, invadir- como uma fonte privativa - selada, aberta somente para um homem feliz- que é ele. Ela pertence somente a ele.
Ela é um jardim, sim um jardim cheio de fragrâncias, um pomar de romãs cheio de frutas ricas, cheio de plantas de doce censos- nardo, açafrão, o cálamo e o cinamomo,
Árvores de incenso; a mirra e o aloés, todas as principais especiarias.
Ela é fonte de jardim, só para ele.
A amada ouve essa canção de amor, ela responde sem medo dizendo ao vento norte e vento sul para soprar no seu jardim e espalhar os aromas do amado. Ela convida seu amado a desfrutar de seus frutos.
Por ele, ela seria ainda mais doce e amorosa. Tudo que ela possui é dele - Ela o convida a usufruir daquilo que lhe pertence.
No relacionamento desse casal no livro de Cantares, há uma constante e mútua reafirmação um do outro. A esposa demonstra no capítulo um que tem complexo de sua cor e se desculpa, mas em outros capítulos Salomão a elogia e repete que não vê nela nenhum defeito.
Quando se ama, precisa-se ver o potencial do outro, não somente os defeitos. Isso acontecia com esse casal.
No fenomenal romance de Miguel de Cervantes, D. Quixote de La Mancha, em uma determinada estrada. Don Quixote, um suposto lunático que lutava contra mohínos de vento, um idealista, se encontra com uma prostituta Aldonza, e ele pensa que é sua amada e começa a elogiá-la, ela diz várias vezes que não é Dulcinéia e sim Aldonza, mas ele a preza e a admira e respeita tanto que essa mulher, no fim do livro, quando Don Quixote já está morrendo, vai ao seu encontro e lhe diz: Você, naquele dia teve o poder de transformar Aldonza, uma prostituta, em Dulcinea, uma mulher de respeito.
O que elogios, respeito e valorização do potencial do outro podem fazer por um ser humano!
Em um relacionamento a dois, precisamos respeitar, valorizar o potencial do outro mais do que enxergar o que ele não tem.
Fonte: http://www.encontrointimo.com.br/relacionamentos/
0 comentários:
Postar um comentário